quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Abraços aos que ficam
O barco já apita
O outra margem me espera
Adeus a você menino
com seus brinquedos de lego

Um beijo a Carlos
Não chorem
Lançarei fogos de artifícios
Quando azul, estou lembrando de vós
Beijos à minha mãe,
por esta formação
O roteiro escrito de ilusões
Medos vem acompanhando
os serenos vínculos,
de bons momentos, conversas,
risadas, cheiros.

Lustres barulhos
de janelas abertas nos grandes
Um trem passa, levando consigo o instante
sonolento tempo que nos cerca
retirando os grãos de suor,
embebendo de angústias.
Vejo pessoas e suas histórias
Suas rugas e sentimentos
Lutas e ações
A mulher a acalmar seu marido,
dorme ao seu lado
Enquanto este fica acamado


Sem consciência a mãe abre os olhos
A filha lendo seu livro
sentada na poltrona
a espera de alta de sua paridora

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Indo

Que de onde saem destroços
Um avião chocando em rochedos
Perdendo-se a meio de florestas
Não sabe dos caminhos
andando para sair
quando não há clareira
Passos rumo ao futuro

Sei lá

Em manhãs de Sol
medidas certas de café
Cardápio premeditado
Dicionário ao colo
Tardes de chuva
Nuvens despassadas,
nublando o azul céu
donde não vê-se estrelas
A noite, cacos de não sei o quê
Que obra é esta?

ócio

Pudesse eu não fazer
De lado deixar o dormir
Para tempo restar
Refazer rotinas que
deslumbram de cansaço,
me banhar
pó compacto passar
degustar refeições
Quem me dera
energia não mais
em minhas veias precisar
menos burocracia e dinheiro
ei de perpassar

sábado, 14 de julho de 2012

Boca

Lábios perdizes, tentativas
de uma comunicação sem som
Molhada veste de pele
Texturas diferentes de gestos
Configurando formas
desenhos, contornos
Toca-se, transporta.

Separação

Jogos de pratos no chão,
cacos de lembranças
Infesto de lágrimas
Desfazendo nós e atando
intensas chamas de dores
Dessa má fé, crença destorcida,
Sinto os mortos

Minha Mente

Aos densos amigos,
deixo os signos
Ilustrando indicadores
do atroz conhecido
Para que tomem ciência
da ocasião e o manifesto culpado
do meu sufocamento
dando em óbito
O inimigo do interior
O próprio que constrói imaginações
"No movimento decrescente,
cresce espaços simultâneos
Inversos, sem direção
Corre para sair"

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Sei que você não será o redentor,
O salvador deste corpo se encontra em frente do espelho,
Apenas peço sua companhia pela estrada.

sábado, 28 de abril de 2012

Os Outros


Eu ando não sabendo como amar
Me acompanham, não transbordo
Um vicio se torna, não conseguindo compor momentos racionais
Lidar com vastas situações, de dores no vazio deixado pela energia
Não há em mim capacidade alguma de freamento
Corrói e eu não sei lidar com isso
Fácil solução, não sentir.

No tempo de anseios
Ao meio de termos já ditos
De palavraas escritas
Sentir a respiração, o tocar de narizes, os lábios 
Os dedos no dedos, os medos nos medos, as vontades...
A sensação, a diferença, nada de Renato, apenas o há dentro.

Doce Adeus

Num desses cantos de brásis
Zás uma banda divertindo os presentes
Danças e tudo o mais que o itinerário manda
Desses corpos que que se sentiram 
Dos sangues da vagina no pênis 
O líquido suor lavando a ânsia de gozar 
Um gozo de pessoas ligadas carnal e espiritual
Neste tom com Jobim ao fundo
Remetem o passado, que neste presente é o adeus 
O reflexo de ser humanos sermos.

Humano

Rodeado de medos
cerca-se na alta torre,
onde a real não alcança.
Como uma princesa se guarda
a espera de um unicórnio
tampando com seus a nudez,
pondo roupas e assim no seu paraíso,
nem sofre, nem feliz, não vive.