sexta-feira, 29 de março de 2013

Medos

Este que o cerca
cobre-nos, vedando
O sufoco consome
em tons de sussurros
respiração a meia boca
O corpo sente
treme, os pelos se enlouquecem
o medo nos tranquiliza dos fatos reais

O que tem se escondido
nos buracos da estrada
são lesões que domam
Inchados de medos
nos debruçamos sobre estes abismos
Continuar a viagem, mesmo com a chuva?

Quando se é criança as coisas parecem maiores e os sonhos simples fatos realizáveis, quando adulto a vida é pequena e os desejos merecem paciência, frustração e agarramento.

Feito uma bomba
se quebrou em pedações
estilhações
tais situações
que a gente não vive
com frequência
o costume da mesmice
faz a crendice de coisas
que não são usuais
não aguentei o todo
explodiu no meu organismo
sinto os danos
esta eclosão
muitos fatos
muitas verdades
muitas de muito
agora tive sozinho
aguentar o peso dos explosivos
corro para não saber o que fazer
perdido com questões
finais e começos
adentram minha pele
isso extirpa em meu coração
sou solicito
a questão é o desabafo
a porta de saída dessas colisões
novas colisões
sente, sentido, semente, sentimento
será o inicio de outras vidas


A noite os grilos se ponham a cantar
Antes da fervorosa chuva
Num ritual de felicidade extrema

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